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Edição 2024 do Reviva o Rio Atibaia alerta
Area de Proteção Ambiental é única alternativa para garantir produção de água que a região de Campinas/SP precisa para seu desenvolvimento social e econômico
Foto: Divulgação
A combinação de excesso de calor e baixa umidade - que favoreceu número recorde de focos de incêndio, muitos deles criminosos - evidenciou a real importância da Área de Proteção Ambiental de Campinas – APA, como único recurso com potencial, nesta região do Estado, para aumentar a disponibilidade hídrica para as Bacias PCJ, tendo como referência as Soluções Baseadas na Natureza. As Bacias PCJ, constituídas pelos rios Piracicaba (formado pela junção dos rios Atibaia e Jaguari), Capivari e Jundiai, abastecem 76 cidades e cerca de 6 milhões de pessoas. Entre empregos gerados e alimentos produzidos, esta região representa hoje a 5º maior economia do país.
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Este é o alerta que a 27ª edição do Reviva o Rio Atibaia, que acontece neste domingo, 10 de novembro, a partir das 9h00, na Praça Beira Rio, no Distrito de Sousas, trará para a população da região. Alerta este baseado em levantamento da Agência das Bacias PCJ e dados preliminares de pesquisas em andamento, desenvolvidas pela Associação Jaguatibaia, com a participação de pesquisadores da Unicamp e da Embrapa Meio Ambiente Jaguariúna.
Essa é a missão do Reviva o Rio Atibaia, desde sua primeira edição, em 1997: ampliar o conhecimento e o engajamento da população sobre temas relevantes e essenciais para o desenvolvimento e qualidade de vida na Região de Campinas. Levar informação de modo simples e lúdico, quando possível, para todas as faixas etárias da população.
A partir da própria atuação e vivência de quase 30 anos na APA Campinas, a Jaguatibaia - com apoio de parceiros como a Organon Farmacêutica, que tem sua fábrica em Sousas, além de diversos outros, entre eles a Associação de Remo de Sousas - procura levar, de forma simples, direta e objetiva, informações práticas e propor soluções viáveis que possam contribuir com a preservação ambiental e a qualidade de vida da comunidade.
Para Jose Carlos Perdigão, engenheiro agrônomo e especialista em gerenciamento ambiental pela Esalq/USP, “a sustentabilidade da APA Campinas é um desafio, mas também uma oportunidade para medir e avaliar qual é a real importância da sua biodiversidade, dos remanescentes florestais e do potencial hídrico nela existentes, e da qualidade do ar que gera para Campinas. E do seu papel imprescindível para garantir, em bases sustentáveis,
o desenvolvimento social e econômico futuros, previstos para nossa região”.
A programação do Reviva O Rio Atibaia está repleta de atividades envolventes para famílias, incluindo a Barqueata, ação simbólica de limpeza do rio, e oficinas interativas que prometem encantar tanto crianças quanto adultos. Com dois destaques especiais: a estreia de Dorinha, mascote feminina que irá brincar com as crianças em companhia de Peixoto e Cascudinho, os mascotes já tradicionais do evento. E a Maquete Dinâmica da Jaguatibaia que após uma demonstração recente tornou-se Top Trend nas redes sociais, acumulando 9 milhões de visualizações. Dessa forma, o evento irá oferecer uma oportunidade incrível para as famílias se reunirem, se divertirem e aprenderem sobre a importância da preservação ambiental, em ambiente descontraído e educativo.
Crise hídrica e os riscos ao desenvolvimento econômico da região de Campinas
De acordo com o relatório Estiagem 2024 da Fundação Agência das Bacias PCJ, tomando o mês de abril/2024 como referência, o índice de chuva nas Bacias PCJ esteve 43% abaixo da média histórica, significando menor recarga da água presente nos solos e, consequentemente, menor vazão no período de estiagem nos rios que compõem estas Bacias.
Da mesma forma, nas regiões de cabeceiras do Sistema Cantareira, os índices estiveram 94% abaixo do estimado. “O Rio Jaguari teve vazões cerca de 65% abaixo da média. Já o Rio Piracicaba apresentou 56% abaixo do esperado, enquanto o Rio Atibaia 38% abaixo de seu habitual”, informa o relatório, publicado em junho.
Este cenário de escassez hídrica é agravado pela transposição realizada pelo Sistema Cantareira que desvia das Bacias PCJ cerca de 30 m3/segundo, todos os dias do ano, para o abastecimento de cerca de 7,5 milhões de pessoas que vivem na Região Metropolitana da Capital São Paulo.
Como importante polo industrial, tecnológico e agropecuário, a Região de Campinas depende de água em quantidade e qualidade adequadas para sustentar seus principais setores econômicos. Na Industria, a escassez ou baixa qualidade da água poderão impactar diretamente a produtividade e até interromper as operações. Para o Agronegócio, a falta d’agua irá afetar a produção, o abastecimento e os preços dos produtos agrícolas. A disponibilidade de água é também essencial para Centros de Tecnologia e Pesquisa, além de Universidades, que realizam estudos avançados e experimentos em biotecnologia, química e meio ambiente, entre outros. Em resumo, a segurança hídrica é essencial para manter o crescimento populacional, a saúde e a qualidade de vida da nossa região. Mas não é só: a quantidade de água a ser oferecida pelos nossos rios será essencial para garantir o crescimento sustentável futuro e duradouro da região; além de um diferencial estratégico para atrair empresas e investimentos, que valorizam regiões com infraestrutura preparada para lidar com crises hídricas.
Pesquisas indicam potencial da APA Campinas para reduzir dependência do Cantareira.
Estudos recentes desenvolvidos pela Jaguatibaia com especialistas da Unicamp e Embrapa Meio Ambiente, apontam, em resultados preliminares, um potencial de contribuição hídrica para o rio Atibaia superior ao volume de água que poderia ser armazenado pelo projeto de construção de represa na região da APA. De acordo com o engenheiro agrônomo e presidente da Jaguatibaia, José Carlos Perdigão, as pesquisas que estão em andamento indicam que os 22.270 hectares, da APA Campinas, concentrados em território com topografia montanhosa, possuem cerca de 1.400 nascentes já mapeadas, distribuídas em dezenas de sub-bacias. Estas nascentes, se recuperadas, somadas às Reservas Legais devidamente restauradas e às terras com potencial produtivo - adequadas para permitirem o máximo de infiltração das águas pluviais no solo -, garantiriam se não a independência, a redução substancial da dependência forçada do Sistema Cantareira. “Com o crescente estado de escassez hídrica que assola esta região, resultado de uma degradação ambiental desnecessária, sem precedentes e ainda sem controle, não há outra opção para o aumento da disponibilidade hídrica para Região Metropolitana de Campinas, a não ser a proporcionada pela adequação ambiental do território da APA de Campinas”, diz o agrônomo.
Sustentabilidade na Prática
Para Leonardo Gonçalves, Gerente de Segurança e Meio Ambiente, da Organon Farmacêutica, apoiadora do Reviva o Rio Atibaia 2024, “ a preservação dos recursos naturais, com base no desenvolvimento sustentável, merece atenção constante. A Organon acredita e orienta a condução de seus negócios de forma a proteger o meio ambiente e garantir a segurança e a saúde de seus colaboradores, comunidades e público em geral”.
“Nesse sentido, o Reviva Rio Atibaia é um projeto que expressa o compromisso da Organon com a Área de Proteção Ambiental de Campinas e a consequente preservação dos seus recursos hídricos. Além disso, é uma excelente oportunidade de levarmos às gerações presentes e futuras temas tão importantes como educação ambiental e sustentabilidade”, afirma Leonardo Gonçalves.
Sobre o Reviva o Rio Atibaia.
O Reviva o Rio Atibaia é considerado o movimento ambiental de maior longevidade no Interior de São Paulo. Desde 1997 atua em defesa do Rio Atibaia e da Área de Proteção Ambiental de Campinas(APA). Tem como principal objetivo fomentar ações de conscientização, preservação e ambiental para a população de todas as idades.
Ao longo de seus 27 anos de realização, o projeto já impactou mais de 40 mil participantes e distribuiu cerca de 30 mil mudas nativas da Mata Atlântica, tendo dado importante contribuição para a aprovação da lei que criou a APA e seu Conselho Gestor.
O evento é realizado pela Jaguatibaia - Associação de Proteção Ambiental, com apoio da Organon Farmacêutica que tem sua fábrica no Distrito. Conta ainda com o apoio da Prefeitura de Campinas e da subprefeitura de Sousas, e a Associação de Remo, desde sua primeira edição.
“A natureza faz parte da nossa vida e precisamos do rio.Acredito no poder da atitude de cada um como forma de mudar a realidade”. Rubens Godoy, remador e fundador da Associação de Remo de Sousas, o Guardião do Rio Atibaia (1932- 2016)
Saiba mais sobre a APA Campinas:
https://jaguatibaia.org.br/apa-campinas