Após ser resgatada no município de São Pedro, pela Polícia Ambiental de Rio Claro, a jaguatirica que chegou ao Cras da Mata Ciliar infestada com sarna, passou pelo atendimento clínico de nossa equipe, sendo iniciado um tratamento sistêmico com medicação e, nos próximos dias, passará por observação constante para averiguar a regeneração de sua pele.

De acordo com o setor de patologia, trata-se de uma sarna sarcóptica que, ao longo do tempo, pode predispor infecções secundárias e debilitar gravemente o animal, levando-o até a morte.

“Essa sarna é zoonótica, então pode transmitir para os seres humanos. E é um ácaro de animais domésticos, indicando que o animal tem contato direto com cães e/ou gatos, ou que está permanecendo em ambientes que esses animais vivem, pois é transmitida por contato, seja direto entre animais ou objetos contaminados. Animais selvagens são bastante sensíveis a esses ácaros e a infecção se alastra com certa rapidez, causando prejuízos gravíssimos para o sistema imune. O que torna o animal suscetível a infecções secundárias”, explica Lívia de Oliveira Andrade, médica veterinária patologista da Mata Ciliar.

Além da luta que a fauna silvestre trava diariamente para sobreviver diante de um contexto de devastação ambiental, a sarna e outras doenças tem levado muitos animais a morrerem lenta e silenciosamente. É urgente a criação de políticas públicas voltadas para a proteção da fauna silvestre.

MATA CILIAR

A Associação Mata Ciliar (AMC) é uma entidade sem fins lucrativos declarada de Utilidade Pública Federal e que desde 1987 desenvolve diversas ações para a conservação da biodiversidade.

Durante esse período foram diversos desafios enfrentados e conquistas alcançadas sempre em parceria com instituições privadas, poder público e com a sociedade.