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Estado de São Paulo sofre com escassez de médicos e tem 65% de suas regiões da saúde com grande carência de profissionais para atender a população
Dados da AMIES reforçam a distribuição desigual; estado conta com 137 mil médicos para atender mais de 44 milhões de pessoas
Considerado o estado mais rico do Brasil com um PIB de aproximadamente R$ 3,7 trilhões, segundo dados do IBGE, São Paulo vive um cenário de escassez de médicos, sobretudo em municípios que ficam mais distantes da capital paulista. O estado conta com 137 mil médicos para atender mais de 44 milhões de habitantes, o que corresponde a 3,1 médicos a cada mil pessoas, número abaixo dos 3,73 médicos recomendado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
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Segundo levantamento da AMIES (Associação dos Mantenedores Independentes Educadores do Ensino Superior), mais de 65% das regiões da saúde (conjunto de municípios que compartilham identidades culturais, econômicas, sociais, infraestrutura de transporte e serviços de saúde) do estado têm até 1,7 médico por mil habitantes. Apenas 5,74% das regiões da saúde contam com mais de 3,73 profissionais.
Regiões da saúde com mais de 500 mil habitantes, como Sorocaba, que contempla municípios como Sorocaba, Itú e Salto, e Grande ABC, que engloba São Bernardo, Santo André, Mauá e São Caetano do Sul, contam com 2,87 e 2,93 médicos por mil habitantes.
Já em regiões da saúde que estão localizadas mais distantes da capital, os índices são ainda menores. A região de saúde de Bauru, que conta com os municípios de Bauru, Lençóis Paulista e Pederneiras, tem apenas 2,32 médicos por mil habitantes. Outro caso semelhante é o da região de saúde de Central do DRS II, que engloba os municípios de Araçatuba e Guararapes, a qual tem apenas 2,15 profissionais.
“Ao analisar os dados do nosso levantamento fica claro que existe uma disparidade muito grande na distribuição de médicos no estado de São Paulo. As regiões da saúde que estão mais próximas da capital contam com uma oferta maior de profissionais, mas, ainda assim, com números abaixo do recomendado pela OCDE. É estarrecedor que um estado como São Paulo, conhecido por ser um dos “motores” do país, tenha níveis tão baixos de médicos. Se São Paulo está assim, imagine como é a realidade de estados que não recebem tantos investimentos federais”, afirma Priscila Planelis, advogada e consultora jurídica da AMIES. “Para mudar esse cenário, precisamos abrir mais vagas nos cursos de medicina, ampliar a oferta de ensino e oferecer melhores condições de trabalho para que esses profissionais possam prestar um melhor atendimento à população”, conclui.
O estado de São Paulo também sofre com um número desproporcional de especialidades médicas. Atualmente, o estado conta com apenas 53 médicos legistas, 53 médicos especializados em medicina preventiva e social, 120 médicos geneticistas, 180 médicos sanitaristas, 205 cancerologistas pediátricos e 249 fisiatras.
Como comparação, as especialidades com mais profissionais na ativa são médicos clínicos (70.506), pediatras (20.735), ginecologistas e obstetras (14.280) e cirurgiões gerais (12.903).